AMARYLLIDACEAE

Hippeastrum morelianum Lem.

Como citar:

Maria Marta V. de Moraes; Tainan Messina. 2012. Hippeastrum morelianum (AMARYLLIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

51.492,367 Km2

AOO:

48,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Dutilh; Oliveira, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Maria Marta V. de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Critério: B2ab(iii)
Categoria: VU
Justificativa:

A espécieocorre nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e possivelmente Rio de Janeiro. Ocorre em Campos Rupestres e de Altitude e em afloramentos rochosos. Apresenta EOO de44.133,83 km², AOO de 48 km² e está sujeita a menos de dez situação de ameaça. A redução de habitats e degradação pelo turismo, agricultura, pastagem e fogo implicam declínio de EOO, AOO e qualidade de habitat. A espécie tem uso ornamentale medicinal, é cultivada com facilidade e encontra-se em unidades de conservação (SUNC).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie apresenta bulbos mais superficiais. Produz escapos florais com duas grandes flores, que variam de laranja a vermelho (Dutilh, 2005). Apresentam finas reticulações no terço superior, creme-esverdeadas na base e que se prolonga em uma banda central, frequentemente margeada por estrias langitudinais vináceas mais próximo à base (Giordani, 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​A espécie tem potencial valor no mercado horticultor como planta ornamental (Dutilh, 2005). Apresenta potencial uso farmacológico, uma vez que, como muitas outras representantes da família Amaryllidaceae, possui alcaloides isolados com atividades verificadas (Giordani, 2007).

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: As subpopulações de H. morelianum na Serra de Sabará e Serra de Mariana (Quadrilátero Ferrífero, MG) foram consideradas pequenas, e por isso, indicadas como raras (Santos, 2010). As espécies de Hippeastrum apresentam tempo de geração em seu ambiente natural entre três e quatro anos, no mínimo (Dutilh, com. pess.).

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: A espécie foi registrada em Campos Rupestres (Campos Ferruginosos) afloramentos rochosos (Dutilh; Oliveira, 2012) e Campos de Altitude (Planalto do Itatiaia).
Habitats: 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Planta herbácea bulbosa, terrícola ou rupícola. Ocorre em Campos Rupestres (Campos Ferruginosos), afloramentos rochosos e Campos de Altitude (Dutilh; Oliveira, 2012) associados ao domínio fitogeográfico Mata Atlântica. A espécie apresenta um longo período de floração, geralmente entre Abril e Outubro (Giordani, 2007).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.4.3 Tourism/recreation local low
Algumas subpopulações (p. ex. Pedra Grande, em Atibaia (SP), onde há uma pista de voo livre) de H. morelianum se encontram impactadas por atividades turísticas desordenadas (Dutilh, com. pess.).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock local high
A subpopulação de Grota Funda, em Atibaia (SP), vêm sofrendo com o estabelecimento de pasto para gado (Dutilh, com. pess.).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.7 Fire low
O aumento da frequência de de incêndios sobre os Campos de Altitude, Campos Rupestres e afloramentos rochosos no leste do Brasil, onde H. morelianum ocorre, se tornou uma ameaça a manutenção das populações de diversas espécies endêmicas e ameaçadas destes ambientes. No Planalto do Itatiaia e demais áreas de campos nativos ao longo da Serra da Mantiqueira (p. ex. Serra do Brigadeiro, MG), o fogo recorrente impacta diretamente o habitat destas espécies (Aximoff, 2011).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
A espécie já foi considerada "Extinta" (EX) no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
A espécie foi registrada dentro dos limites de algumas Unidades de Conservação, como Parque Estadual da Serra do Papagaio, RPPN Santuário Serra do Caraça (MG), Parque Municipal da Grota Funda (SP) (CNCFlora, 2011) entre outras.

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Amplamente cultivada no mercado horticultor como planta ornamental, considerada de fácil cultivo (Dutilh, 2005).
Uso Proveniência Recurso
Bioativo
A espécie possui potencial uso farmacológico, uma vez que, como muitas outras representantes da família Amaryllidaceae, possui alcaloides isolados com atividades verificadas (Giordani, 2007).